- MPPR: Júri de condena a 31 anos de prisão autor de feminicídio
MPPR
O Tribunal do Júri de Guarapuava, no
Centro Sul do estado, condenou a 31 anos,
9 meses e 18 dias de prisão o homem
denunciado pelo Ministério Público do
Paraná pela morte da esposa em 2018. O
Conselho de Sentença acolheu as teses do
MPPR e reconheceu que o réu matou a esposa
mediante asfixia (causada por esganadura)
e depois a jogou da sacada do apartamento
onde residiam. O caso de violência
doméstica ganhou repercussão nacional e
resultou na edição de lei que estabeleceu
a data do crime – 22 de julho – como o Dia
de Combate ao Feminicídio no estado. O
julgamento teve início no dia 4 de maio e
o regime inicial de cumprimento da pena é
o fechado.
Todas as alegações sustentadas pelo
Ministério Público em plenário foram
acatadas pelos jurados, que reconheceram a
prática de homicídio qualificado
(feminicídio, motivo fútil, uso de meio
cruel e morte mediante asfixia) e fraude
processual (por ter removido o corpo da
vítima do local da queda e limpado
vestígios de sangue deixado no elevador).
O Juízo determinou ainda o pagamento de R$
100 mil em danos morais aos familiares da
vítima.
Violência – Conforme a denúncia, no dia do
crime, após uma discussão quando
retornavam de uma casa noturna, o réu
passou a agredir a vítima, sendo boa parte
dos fatos registrada por câmeras de
segurança do prédio onde o casal residia.
Ao final das agressões, ainda segundo a
ação penal, a mulher, já morta, teria sido
lançada da sacada do apartamento pelo
denunciado – tese comprovada pelo Laudo de
Necropsia e pelo Laudo Anatomopatológico.
O réu, agora condenado, foi preso no mesmo
dia do crime, ao tentar fugir. Ele foi
encontrado após bater o carro na estrada,
em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros
de Guarapuava – e a cerca de 50
quilômetros da fronteira do país com o
Paraguai. Ele deve seguir detido, sem o
direito de recorrer em liberdade.