MP-SP
O Tribunal do Júri em São Paulo acatou a tese do Ministério Público de que Elize Matsunaga praticou crime de homicídio qualificado contra seu então marido, Marcos Kitano Matsunaga. Na madrugada desta-segunda-feira (5/12), a ré foi condenada a 18 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato, agravado pelo fato de ter usado recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Elize foi condenada ainda a um ano e 2 meses pelo crime de destruição e ocultação de cadáver, totalizando uma pena de 19 anos e 11 meses de reclusão em regime fechado. Ela não poderá recorrer em liberdade.
O promotor de Justiça José Carlos Cosenzo, autor da denúncia contra a ré, atuou no júri tendo como assistente de acusação o advogado Luiz Flávio Borges D’Urso.
O julgamento, um dos mais longos e repercutidos dos últimos anos, durou uma semana. No decorrer dos dias, os jurados, três homens e quatro mulheres, ouviram os relatos de 16 testemunhas, tanto de acusação quanto de defesa.
Na sentença, a Justiça entendeu procedente aumentar a pena em ¼, tendo em vista que o crime foi praticado contra cônjuge. Já a hipótese de diminuição de pena no crime de homicídio em face da confissão feita por Elize foi rejeitada, uma vez que a ré, além de “se passar por esposa abandonada pelo marido que teria deixado o lar do casal, ainda se desvencilhou do instrumento com o qual esquartejou o corpo da vítima, espalhando suas partes em local distante (...), vindo a confessar tão só posteriormente, quando as investigações já convergiam contra ela”.
O crime pelo qual Elize Matsunaga foi condenada aconteceu em 19 de maio de 2012. De acordo com a denúncia apresentada pelo MPSP, ela premeditou o crime ao descobrir que vinha sendo traída pelo marido. Após mais uma das muitas brigas entre o casal, a ré aproveitou-se do momento em que a vítima desceu à portaria do prédio em que moravam para buscar uma pizza, e armou-se de uma pistola. Quando Marcos Matsunaga retornou, Elize se aproximou e efetuou um único disparo, atingindo a cabeça do marido. “Enquanto a vítima Marcos agonizava, com o mesmo ódio incontido, Elize armou-se de uma faca, se aproximou de seu pescoço e o seccionou, conseguindo decapitá-lo”. Em seguida, a condenada arrastou o corpo para o quarto de hóspedes, onde esquartejou o cadáver. Ela colocou os restos mortais em três malas, que foram descartadas às margens de uma rodovia na Grande São Paulo.
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