::Confraria do Júri::

 
 

 

      

Enquete

Você é a favor da ampliação da competência do Tribunal do Júri para outros crimes seguidos de morte?
 
Sim, para qualquer crime doloso seguido de morte.
Sim, com exceção do estupro seguido de morte.
Não. A competência do Tribunal do Júri deve permanecer a mesma.
Não tenho opinião formada.

 
Ver resultados
 
  
  
     Notícias
 
19/05/2015  - TJ-GO: Suposto serial killer opta por escrever carta de depoimento
 
Myrelle Motta - TJ-GO

Uma carta escrita de próprio punho pelo suposto serial killer, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, deverá ser remetida nos próximos dias ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia. A opção foi feita pelo próprio Tiago durante audiência de instrução preliminar realizada na tarde desta terça-feira (19), na 1ª Vara Criminal, para ouvir três testemunhas no processo que apura a morte de Beatriz Cristina Oliveira Moura, assassinada em 18 de janeiro de 2014, no Setor Nova Suíça, em Goiânia, quando se dirigia a uma panificadora.

O magistrado explicou que esse fato não interfere no prazo para a manifestação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e da defesa, apresentação dos memoriais e, ao final, a conclusão do juiz se ele irá ou não a júri popular também por este crime. “O acusado tem o direito de se manifestar legalmente como quiser, inclusive permanecer em silêncio, se fosse o caso”, esclareceu.

Quando indagado pelo promotor Cyro Terra Peres se tinha lembrança sobre o crime, inclusive com uma exposição das fotos da vítima e do local onde o fato aconteceu, Tiago Henrique disse que não se recordava e permaneceu o tempo todo impassível. Para Jesseir, ele reafirmou estar arrependido, disse que se recorda de algumas vítimas, além de ter saído “alucinado” de casa e tomado muita bebida alcoólica. No entanto, pediu ao magistrado para escrever sobre os fatos quando foi questionado pelo juiz com maior ênfase pelo crime e ainda sobre seu contexto familiar. “Queria poder explicar, mas assim não consigo. Posso escrever para o senhor?”, solicitou, sendo atendido prontamente pelo magistrado.

Prestaram depoimento Lorena Eterna Oliveira Moura e Sônia Maria Oliveira Sobrinho, irmã e tia da vítima, além de Thomaz Laurentino de Albuquerque, uma das primeiras testemunhas a encontrar o corpo da garota caído na calçada onde ocorreu o crime. Os três foram enfáticos em afirmar que desconheciam qualquer motivo para que Beatriz fosse morta dessa forma e que não tinha desavenças com ninguém. Tanto Lorena quanto Sônia disseram que ela tinha um comportamento exemplar, que vivia para a família e era muito religiosa, cuidava dos avós paternos e de um sobrinho de 8 anos de idade.

Lorena, que era irmã mais velha da vítima, contou que Beatriz tinha 23 anos, que a mãe morreu muito cedo e que, por essa razão foram criadas pelos avós. Emocionada, ela disse que toda família entrou em choque e não compreende a razão de tamanha violência contra alguém que nunca fez mal a qualquer pessoa. “Minha irmã tinha conduta exemplar. Como pode, você sair em um domingo de manhã para comprar pão e levar um tiro? Quando recebi a notícia entrei em desespero”, comoveu-se. Por acreditar se tratar de um assalto quando recebeu a notícia da morte da sobrinha, Sônia mencionou a aflição dos familiares e falou que foi até o local. “Nossa menina vivia só para ajudar a família e não existia motivo para alguém matá-la”, relatou.

Mesmo não conhecendo Beatriz e sem ter laços de parentesco, Thomaz, última testemunha a ser ouvida, declarou que sua figura era familiar no bairro e que sempre a via no caminho da panificadora. Ele descreveu a forma como encontrou a garota caída no meio fio, no chão da calçada, e confirmou que ela ainda estava viva quando a encontrou. “Fui na padaria cedo, por volta das 7h30, ouvi um tiro e um barulho de moto na sequência. Acredito que tenha sido a primeira pessoa a ver a garota, ali, no chão. Vi que ela estava respirando ofegante. Avisei a polícia e a minha família na hora”, sustentou.

Conforme elucidou Jesseir, tramitam hoje 26 processos na Justiça contra Tiago, dos quais 22 estão na 1ª Vara Criminal de Goiânia. “Até o momento já foram oito decisões de pronúncia”, frisou.

Voltar


comente/critique essa matéria

 

 Confraria do Júri - Rua 6, s/nº, CPA - Cuiabá/MT