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20/01/2015  - MG: Acusados de matar garota de 17 anos em ritual de magia negra são condenados
 
Estado de Minas

A Justiça condenou, em júri popular na
segunda-feira, os três acusados de matar
Camilla Christina Oliveira de Souza, 17
anos, em 31 de outubro de 2013 no Bairro
São Bernardo, na Região Norte de Belo
Horizonte. Segundo as investigações, a
garota foi morta durante um ritual de
magia negra. Ela teve o pescoço cortado e
o corpo foi jogado do segundo andar de uma
casa.

De acordo com o Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJMG), Warley dos Reis
Valentin da Silva, de 20 anos, deverá
cumprir 12 anos de prisão, Kliver Marlei
Alves dos Santos, de 25, foi condenado a
16, e Raony Dias Miranda, de 20, a 13 anos
de reclusão em regime fechado. Presos
desde fevereiro do ano passado, eles não
poderão recorrer da sentença em liberdade.

O conselho de sentença, formado por seis
homens e uma mulher, considerou que havia
provas suficientes de que, conforme
sustentava a promotora Denise Guerzoni
Coelho, o crime havia sido cometido pelos
três por motivo torpe e sem permitir
reação da vítima. Na estipulação das
penas, o juiz Carlos Henrique Perpétuo
Braga, do I Tribunal do Júri da capital,
levou em conta a premeditação,
desenvolvida em concurso de pessoas; o
comportamento da vítima, que não fez nada
chegar a esse desfecho, e a grande
repercussão social do caso.

Segundo a denúncia, o crime aconteceu na
casa de Raony onde funcionaria um terreiro
de candomblé sob a responsabilidade dele.
Os réus participavam da crença e teriam
matado a vítima porque ela arrebentou uma
guia de orixá que se destinava a proteger
o grupo.

De acordo com o TJMG, Warley foi o único a
responder o interrogatório e disse ter
agido sozinho por rivalidades com Camilla
que, como ele, era traficante, assim como
o ex-namorado dela. O jovem declarou que
escoltou a adolescente até a casa de Raony
e a matou com cinco facadas no pescoço.
Ele alegou ter atacado Camilla porque
sofreu ameaças do pessoal dela. Ele também
sustentou que Kliver, que é seu irmão de
criação, não estava no local do crime. Já
Raony, um vizinho que ele disse conhecer
apenas de vista, presenciou tudo, mas não
teve participação no delito. Warley negou
haver qualquer ritual de magia negra e
falou que estava arrependido.

Respondendo à promotora, Warley disse que
nunca foi adepto do candomblé, não
frequentava a casa de Raony, desconhecia
que ele fosse pai de santo ou que Kliver
fosse da mesma religião. Às perguntas da
defesa, ele negou ter assinado o termo de
depoimento à polícia e disse que naquele
momento não estava acompanhado por
advogado.

ACUSAÇÃO

O Ministério Público sustentou que os três
cometeram homicídio duplamente qualificado
- motivo fútil e impossibilidade de defesa
da vítima. A promotora afirmou que os réus
não argumentaram, ao longo do processo,
contra nenhuma das testemunhas nem
contestaram quaisquer das provas
apresentadas, não podendo fazê-lo agora,
na etapa do júri. Denise Guerzoni lembrou,
ainda, que uma das testemunhas, ouvida em
sigilo, confirmou que os réus estavam na
casa quando do assassinato, e apontou
contradições. A promotora destacou também
a quantidade de facadas desferidas,
concentradas na região cervical, onde
golpes costumam ser letais; a ausência de
lesões defensivas, que demonstra que a
vítima foi imobilizada; e dados da
perícia, que indicavam haver mais de um
agressor.

DEFESA

Os advogados Rodrigo César Diniz Braga e
Stephan Fernandes Souza alegaram que
apenas Warley cometeu o assassinato, sendo
que Kliver e Raony não participaram da
ação. A defesa destacou que a própria mãe
da vítima reconheceu que Camilla não só
tinha envolvimento com o tráfico, como
estava armada no instante do crime, o que
teria levado Warley a reagir atacando-a
com a faca. Por se tratar de medida de
legítima defesa e de réu confesso, eles
solicitaram a retirada das qualificadoras.

A defesa também rejeitou o motivo torpe,
afirmando que a versão de um ritual de
magia negra era fantasiosa e que não se
verificou a inferioridade numérica da
vítima, pois Kliver e Raony não haviam
contribuído para a morte da adolescente.
Pedindo a absolvição dos dois, reiterou
que tudo não passou de uma disputa de
tráfico.

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